28/03/2018

ENTREVISTA




IHGRN, a biblioteca e o bibliotecário
Entrevista com Igor Oliveira

Biblioteca, arquivo e museu. O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, assim como os seus congêneres, é uma instituição múltipla. Preparando-se e adequando-se às práticas e usos atuais dispostos pela biblioteconomia, o instituto conta com a participação do estagiário em biblioteconomia Igor Oliveira.

Igor Oliveira e graduado em história pela UFRN, graduando do curso de biblioteconomia da mesma universidade e, recentemente, ingressou no mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba.

A diretoria de Biblioteca, Arquivo e Museu conversou com Igor Oliveira, em março de 2018. A entrevista foi realizada no IHGRN, o entrevistador é o diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu, o jornalista Gustavo Sobral.


IHGRN: Em que consiste o trabalho de um bibliotecário em um acervo híbrido como o do IHGRN?
Igor Oliveira: O IHGRN guarda atualmente uma extensa e diversificada massa documental composta pelos mais diversos suportes que variam desde objetos tridimensionais até documentos em suporte de papel ou digital. As peças pertencentes ao museu devem receber um tratamento técnico adequado de tombamento e catalogação que apresente as particularidades desses objetos.
Os documentos do arquivo se apresentam como únicos, ou seja, pouco provavelmente existirão outros documentos, como os de nossa guarda, em outras instituições; e por se tratarem de documentos que já cumpriram com seu valor administrativo, são de valor histórico e por isso são de guarda permanente.
 Já o acervo bibliográfico é formando por diversas coleções que não necessariamente são compostas por um único exemplar. O IHGRN atualmente possui cerca de 10 coleções dentre obras raras, publicações de autores do Rio Grande do Norte, leis e decretos, dentre outras.
Assim, o trabalho do bibliotecário tem sua importância, pois irá contribuir para que esses acervos possam ser catalogados em meio digital, visto que, diante da tecnologia da informação, já não se utiliza mais as fichas catalográficas de antigamente. Bem como o trabalho minucioso de classificar, ou seja, expressar de forma sintética a temática de uma obra em alguns números para que elas sejam agrupas por áreas do conhecimento, facilitando a localização nas estantes. Isso tudo possibilitará que em um futuro próximo, nossos usuários acessem nosso catalogo em suas casas, otimizando o tempo da pesquisa e suprindo as necessidades informacionais.

IHGRN: Qual a importância e o papel do bibliotecário na organização, guarda e manutenção do acervo?
Igor Oliveira: a necessidade do bibliotecário, ainda que de forma não oficial, surge no momento em que o homem passa a ter a consciência de guardar os registros produzidos por ele e pela sociedade. No entanto, essa prática estava muito voltada para guarda do documento como um bem preciso, um tesouro que deveria ser protegido e mantido. Essa ideia transpassou vários anos.
O grande bibliotecário indiano Ranganathan (1892-1972) apresenta uma visão critica quanto a essa prática, ao perceber que alguns bibliotecários do seu tempo só se sentiam felizes quando todos os livros estavam guardados nas estantes das bibliotecas; para eles, tirar um livro da estante era despertar a cólera do bibliotecário.
 No entanto, uma nova realidade surge no século XX, de forma que o bibliotecário cumprirá com o seu papel não quando ele guarda, mas sim quando promove o uso, permite o fluxo e o irrestrito acesso da comunidade de usuários aos suportes informacionais.
E esse é nosso objetivo enquanto instituição, apesar de que atualmente nosso acervo não se encontra acessível para consulta, estamos realizando a importante tarefa de reorganização dos conteúdos informacionais para que em um futuro próximo, tudo nosso acervo possa estar acessível, afinal, o bibliotecário é o profissional responsável por disseminar e mediar a informação aos usuários.

IHGRN: Quais as principais dificuldades que um bibliotecário encontra nas suas atividades diárias?
Igor Oliveira: Ao longo dos anos o bibliotecário teve que se adaptar às novas realidades e aos novos desafios que foram impostos, sobretudo, com advento das tecnologias da informação. Apesar de que muitos bibliotecários terem resistência a novas tecnologias, eles devem encontrar meios para superar as adversidades e estar preparados para incorporar esses elementos as suas atividades diárias, como por exemplo, na recuperação da informação em meios digitais ou preservação digital.
Outra dificuldade que podemos enumerar acerca dos desafios enfrentados pelo bibliotecário é o de auxiliar os usuários a selecionar, dentre a grande quantidade de informações que são produzidas diariamente no século XXI, as informações necessárias para suprir as buscas do pesquisador. Para isso, o bibliotecário deve ter um vasto conhecimento de mundo e muitas devem se desprender de sua área e adentrar em outras áreas do conhecimento para poder auxiliar os usuários.

IHGRN: Qual a sua opinião sobre a importância do IHGRN e do seu acervo para o Rio Grande do Norte?
Igor Oliveira: O acervo do IHGRN tem sua importância, pois, apesar de diversificado se constitui um acerco singular por guardar documentos que possivelmente outras instituições, ainda que de memória, não guardem. E mais, para além de conservar os suportes informacionais o IHGRN, conserva os valores culturais que devem ser preservados para que possam ser transmitidas as futuras gerações.

IHGRN: Lições, desafios, aprendizados, o que representa participar deste processo de organização do acervo do IHGRN?
Igor Oliveira: Atuar no IHGRN, de forma mais especifica na biblioteca da instituição é uma experiência enriquecedora, por ser um campo de aprendizagem sobre a história e a geografia do nosso estado, já que se trata de uma biblioteca especializada em história, geografia e outras ciências sociais. Proporciona também, desenvolver e aperfeiçoar talentos que todo profissional bibliotecário deve ter.
Na academia aprendi que o historiador não deve ter paixão pelo seu objeto de estudo, ele sempre deve apresentar uma visão crítica mesmo para com seu objeto de estudo, já o bibliotecário pode criar esse laços afetivos com suas práticas laborais ter a sensação de dever cumprido ao contribuir com o desenvolvimento de trabalhos dos pesquisadores, sempre visando o bem comum.
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Responsável: Gustavo Sobral

VIVER O ESSENCIAL

Valério Mesquita*

Manhã depressiva aquela em que revi o mar de Cotovelo. Fazia tempo que as águas verdes de verões antigos não me agitavam. Revivi o olhar vespertino da enseada e busquei os meus sonhos desfeitos nas ondas que quebravam ali, bem perto de mim, e compreendi que já não podia mais tocá-las. A praia havia se modificado. Novas casas surgiram. Apenas o musgo e o lodo dos muros das antigas casas denunciavam o que foi passado e espalharam ao redor pedaços de profundidade vital. Cotovelo alimenta os meus presságios e me remete ao fundo do oceano, como se fosse o peixe prisioneiro de antigas redes. Levo comigo essas sensações estranhas quando retorno aos lugares que vivi. Sou comprometido com o emocional.
Ano passado, ao divisar ao longe a Fazenda Uberaba, em Macaíba, e que pertenceu ao meu pai, não pude reprimir a emoção. Ali passei a minha infância e realmente era feliz e não sabia. A casa branca, alpendrada no alto, me devolvia a visão mágica e mítica dos albores de minha vida e dos primeiros alumbramentos. As lágrimas fáceis de um coração mole deslizaram livres, como se convidassem antigos passarinhos a bebê-las.
A vida tem sido assim comigo. Sou um proustiano? Um saudosista em busca do tempo perdido? Talvez sim, talvez sim. Gosto de apostar nos tempos idos e voltar aos lugares a que já fui.

No Colégio Marista, onde estudei por oito anos, retornei às melhores lembranças. A capela, as salas de aula, o pátio do recreio, os campos de futebol e aquela atmosfera impregnada da presença dos antigos irmãos maristas: Nelson, Osvaldo, Mário, Leão, Miguel, Alípio, Adonias, Sebastião, Régis, Celso Trombeta, Estavão, Ilídio, Hipólito, Aniceto, Dalton, Paulo Berckmans, Pedro Caveira, entre outros. Vi-os em cada classe, ora comandando o recital do terço da Virgem Maria, ora ministrando aulas com tanta proficiência que até hoje quem aprendeu não esquece e muito deve aos discípulos do padre Champagnat. Mal sabia que, de saudade, choraria amanhã.

Assim também me fascinam certos recantos de minha terra Macaíba. O antigo cais do porto, hoje depredado e abandonado; o Solar do Ferreiro Torto e os mistérios circundantes; o sobradão onde nasci à rua Nair de Andrade Mesquita, que pertenceu ao meu avô paterno já não existe; o parque governador José Varela, hoje todo desfigurado; o rio Jundiaí dorminhoco e refratário, contaminado de manguezais antipáticos no seu leito urbano e, por fim, as ruas estreitas de minha infância relembram a cidade velha do tempo dos pioneiros. Como na Bíblia “que se prenda a minha língua ao céu da boca” se de Macaíba eu me esquecer.
Enfim, sou cativo, prisioneiro do sentimento do medo de perder todas essas emoções um dia, se o progresso e a insensatez destruírem tudo em que vi o que vivi. Mesmo errante como ovelha desgarrada não deixarei de acreditar que a lei de Deus é mais sábia do que os meus inimigos. No curso da história de cada um, o Salmo 118, a água potável de sempre, desce melhor do que qualquer bebida: “Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem. Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar nos governantes”.
Relembro, aqui, o esplendor do pensamento do escritor Mário de Andrade (1893 – 1945), no seu “Valioso Tempo dos Maduros”:
“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.”
“Já não tenho tempo para lidar com o supérfluo.”
“Já não tenho tempo para conversas intermináveis...”
“Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas...”
“Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…”
 “Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!”

(*) Escritor.

27/03/2018

DISPONIBILIZAÇÃO ON LINE DE JORNAIS DO RN




Assunto: Re: Acervo Jornais BCZM


Graças a um trabalho conjunto entre a UFRN e o IHGRN, com a participação da Professora ângela Maria Paiva Cruz, Professora Magnólia Andrade,  Professor Graco Viana, Ormuz Barbalho Simonetti, Betânia Leite Ramalho e Gustavo Sobral está sendo possível a disponibilização on line de jornais do Rio Grande do Norte (Acervo Jornais BCZM).  link do material digitalizado pela BCZM. No que tange aos jornais, assim como está feito com o Labim/UFRN nos mesmos moldes, na seção repositório do nosso site, qual seja: 
http://www.ihgrn.org.br/repositorio




CARRO DE CHÁ - para servir


Para servir, carro de chá


Mobiliário & objetos
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra

Está na última moda, embora não sirva mais só para o chá. Em razão do hábito vespertino do chá, que lhe fez bom uso, como apoio para louça, bule, xicaras, pires, pratinhos, talheres, e todas as guloseimas que acompanham, em bombonieres, potes para doces, pratos de bolo, tudo preciso e necessário para cerimônia do chá.

Até ousando uma licoreirazinha para então tomar outros serviços, como minibar com as bebidas, copos, balde de gelo e apetrechos mais deste universo: mexedores, dosadores, abridor de vinho que não pode faltar, porta copo, tudo mais. Com o tempo, como tudo, foi ganhando outros arrojos e formas que, se mudaram a sua fisionomia, não alteraram a sua essência de ser portátil.

Suas rodinhas permitem que ande pela casa para lá e para cá se for preciso impecável no seu serviço de guardar e servir. E, por isso, já ultrapassa o uso arraigado de andar pelas salas da casa. Já ganhou a varanda e até o escritório de trabalho exercendo a mesma função indispensável. E até já foi visto na cozinha e como apoio não faz mal. Há quem já chame mesmo carrinho para bar quando esse uso está certo e definido, tintim.

Arquitetos foram por ele conquistados e muitos já colocaram a mão para fazer a sua própria versão em uso ilimitado de materiais, madeira, ferro, vidro, metal, respeitando a sua característica essencial de ter rodas para ser conduzido e forma plana das bandejas em que se dispõem toda a matéria que deve abrigar. 

O arquiteto modernista Gregori Warchavchik fez a sua versão, ainda moderna e hoje clássica, criação de 1928, são três bandejas de madeira em uma estrutura simples de metal, linhas básicas, sem enfeite, frufru ou entalhe, disputadíssimo como peça de arte, porque desenho de um próprio artista.


No monde da arquitetura e decoração, o carro meio futurista de Jorge Zalszupin, arquiteto polonês, e naturalizado brasileiro, dos anos 1950, é a peça retrô sonho de meio mundo, senão de todo. E assim a experiência do chá ou do mini bar nunca perde o seu requinte.

25/03/2018

CALENDÁRIO DA SEMANA SANTA


*SIGNIFICADO DE CADA DIA DA SEMANA SANTA:*

*DOMINGO DE RAMOS*
_Começa a Semana Santa, dia em que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém. Nos dias de hoje, os fiéis levam para a igreja ramos, a fim de serem abençoados, como símbolo de sua fé._

*SEGUNDA-FEIRA SANTA*
_Neste dia, se reflete, em um momento de descanso de Jesus, na casa de uma família que Lhe era muito estimada. A casa de seu amigo Lázaro (a quem Ele havia ressuscitado), e de Marta e Maria. (Jo 12, 1-11)._
_Faltavam seis dias para a Páscoa. E, enquanto estavam a jantar, Maria tomou um vaso de nardo (um perfume autêntico e muito caro), e ungiu Jesus nos pés, e depois enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se da fragrância do perfume. Tal gesto foi de imediato criticado por Judas Iscariotes, que hipocritamente logo alegou que o dinheiro que valia o perfume poderia ter sido dado aos pobres. Jesus ignorou a crítica e, saindo em defesa de Maria, justificou com estas palavras: “Antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Asseguro-vos que em qualquer parte do mundo onde se proclame o evangelho, se recordará o que ela fez”._

*TERÇA-FEIRA SANTA*
_É o dia, em que com grande tristeza, Jesus anuncia a sua morte, causando grande sofrimento aos seus discípulos. Anuncia também a traição, e indica o traidor. Judas sai possuído por Satanás, para trair o seu mestre._

*QUARTA-FEIRA SANTA*
_É o 4º dia da Semana Santa, no evangelho deste dia, é-nos apresentada a traição de Judas, descrevendo-nos como este foi ter com os chefes dos sacerdotes, a quem se ofereceu para trair o Jesus. Aceita assim, trinta moedas de prata como recompensa da sua traição. (MT 26,14-25)._

*QUINTA-FEIRA SANTA*
_É o dia da Última Ceia de Jesus Cristo com seus Apóstolos, onde Jesus humildemente lavou os pés dos seus 12 discípulos. É no momento do lava-pés que Judas Iscariotes sai, para entregar Jesus em troca das 30 moedas de prata. (Jo 13,1-15) Foi aqui, que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o Santo Sacrifício como sua eterna memória, e em seu último discurso, encorajou os discípulos a amarem-se uns aos outros. Depois Jesus dirigiu-se ao monte de Getsêmani, tomou consigo três discípulos, e começou a sua agonia nos jardins, onde foi preso pelos judeus._
_É nesta noite que Jesus é preso, interrogado e ao amanhecer de sexta-feira, açoitado e condenado. A Igreja inicia em vigília ao Santíssimo, relembrando os sofrimentos começados por Jesus nesta noite._

*SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO*
_Relembra o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo é crucificado (após sua prisão, Jesus é julgado e açoitado; recebe a coroa de espinhos na cabeça; é levado á presença de Pilatos, e depois de condenado carrega com a sua própria cruz, até ao monte Calvário; ao meio-dia é crucificado entre dois ladrões e por volta das três da tarde, Jesus morreu... o Seu corpo foi depois retirado da cruz, e colocado num sepulcro cavado na rocha._
_Neste dia, é praticado o jejum, e a abstinência da carne em sinal de penitência e respeito pela morte de Jesus Cristo._

*SÁBADO SANTO*
_Jesus permanece no sepulcro. Na Vigília Pascal, os fiéis ainda estão à espera, na esperança da ressurreição. Neste dia, inicia-se a Vigília Pascal, ao final do dia, e termina com o amanhecer da Páscoa._

*DOMINGO DE PÁSCOA*
_Dia da ressurreição, onde Jesus se levanta de sua sepultura, e vence a morte. É o dia do grande milagre! O dia em que Cristo volta à vida através da Sua Ressurreição de entre os mortos. É o dia em que se celebra a vida, o amor e a misericórdia de Deus._

*ALELUIA*❗

*Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo*❗🙏
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Colaboração do sócio ASSIS CÂMARA

23/03/2018

A MÚSICA E O TEMPO


 A MÚSICA E O TEMPO – Berilo de Castro


Fui, sou e continuo sendo um admirador imbatível da boa música brasileira. Trago e conduzo com muito carinho e afeto asica de tempos passados, quando se cultivava o romantismo, a temática de amor, solidão, a dor de cotovelo; que a mulher era a fonte maior de inspiração poética dos seus apaixonados compositores. Tempo de grandes e imortais compositores, como: Noel Rosa, Vadico, Wilson Batista, Braguinha, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues, Herivelto Martins, Cartola, Custódio Mesquita, Luís Peixoto, Lamartine Babo; e de fantásticos instrumentistas, como: Pixinguinha, Canhoto, Henrique Brito, K-Ximbinho, Jacob do Bandolin, Nelson Cavaquinho e muitos outros iluminados da nossa tão qualificada e expressiva música brasileira.
As décadas de 1940 e 1950 foram configuradas como a época de  ouro do samba-canção, que tem como marco inaugural a composição Iaiá (Linda Flor) dos compositores Henrique Vogeler e Cândido Costa, na voz de Aracy Cortes, no ano de 1929. Vale a pena lembrar e registrar as belas e deslumbrantes interpretações de Francisco Alves, Mário Reis, Vicente Celestino, Orlando Silva, Dock Farney, Lúcio Alves com suas vozes inigualáveis. Tempo inesquecível da música brasileira.
A partir do final da  década de 1950, surge um novo e revolucionário gênero musical: a Bossa Nova derivado do samba e com influência do Jazz. Um toque de violão diferente e ousado fez a diferença. Seu maior representante, a figura exótica, esquisita, do genial baiano de Juazeiro, João Gilberto, interpretando o Barquinho” e “Chega de saudade. Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lira, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Carlos Miéle, Nara Leão, Elizeth Cardoso, Hianto de Almeida completavam o grupo de jovens da zona sul do Rio de Janeiro, precursores do novo gênero musical.A sequência dos bons tempos musicais chega com  os  baianos, criando o movimento Tropicália ou Tropicalismo, que surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock nroll. Seus maiores representantes foram: Torquato Neto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Os Mutantes, Maria Bethânia e Gal Costa.
Surgem os Festivais da Canção, que mexem e  infernizam o movimento musical brasileiro. Nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil  Edu Lobo, Geraldo Vandré, Elis Regina, os irmãos Vale, Jair Rodrigues, Roberto Carlos dão uma nova roupagem no cenário musical brasileiro.
O país entra em regime ditatorial militar e a censura cai em cima dos compositores e muitas letras são censuradas e retiradas do mercado. Mesmo assim, a produção é rtil e de boa qualidade.
Na área pop acontecia o crescimento do rock, denominado de iê-iê-iê, o que originaria o fenômeno Jovem Guarda, popularizado a partir do final da década de 1950 pelos pioneiros Sérgio Murilo, Tony e Celly Campello, que atingiu sua melhor fase nos anos de 1965 até 1967, que teve como seus grandes e maiores representantes os parceiros Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Wanderléa.
Depois do regime de força, tivemos uma baixa considerável na nossa boa produção musical, o que deu brecha e estimulou  a criação de muita coisa ruim, inconcebível e imprestável para os nossos ouvidos (não sei distinguir que gênero).
Surgiram letras musicais agressivas e sem conteúdo algum. E, acreditem, com um índice altíssimo de aceitação e aprovação na mídia televisiva e radiofônica. Suas letras, quando usam a mulher como forma de inspiração, vai, de forma agressiva, grosseira e humilhante, denegrindo a pessoa feminina fonte eterna de inspiração dos grandes e imortais poetas e modinheiros de outrora.
Vejamos o que o tempo mudou:
    Composição: Gostoso demais
    Compositores/Intérpretes: Dominguinhos/
    Nando Cordel
    É tão difícil ficar sem você
    O teu amor é gostoso demais
    Teu cheiro me dá prazer
    Quando estou com você
    Estou nos braços da paz
    Em troca:
    Composição: Mulher é foda
    Compositores/Intérpretes: Os Hawaianos
  
     Mulher é bagulho doido
    Te ilude, te trai, fala que te ama
    Mulher é bagulho sinistro
    Te arranca dinheiro, te faz sinistro
    Composição: Rosa
    Compositores: Pixinguinha/Otávio de    
    Souza
    Intérprete: Orlando Silva
   Tu és a forma ideal
   Estátua magistral
   Oh alma perenal
   Do meu primeiro amor
   Sublime amor
   Em troca:
   Composição: Que tiro foi esse
   Compositor/ Intérprete: Jojo Todynho
   Que tiro foi esse?
   Que tiro foi esse que tá um arraso?!
   Que tiro  foi esse, viado?
   Samba na cara da inimiga
   Vai, samba
O tempo mudou. Pioramos muito. Não?!
Berilo de CastroEscritor
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

22/03/2018

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN IHGRN <ihgrn.comunicacao2017@gmail.com>


Caro sócio,

A nossa diretoria de Arquivo, Biblioteca e Museu juntamente com o LABIM/UFRN vem providenciando a digitalização de material do nosso acervo para acesso do sócio e dos usuários do biblioteca e do arquivo. Além disso, procura junta a Biblioteca Central Zila Mamede BCZM/UFRN a disponibilização no site da instituição de link de acesso aos jornais do Rio Grande do Norte já digitalizados.

Buscando melhor servir ao nosso sócio repassamos os links dos nosso repositório e do repositório da BCZM para aqueles que porventura tenham interesse em conhecer ou pesquisar neste tipo de material. Para acessar o conteúdo segue o link: http://www.bczm.ufrn.br/jornais/ 

Já o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN em parceria com o LABIM/UFRN já disponibiliza alguns documentos, livros e números da Revista do IHGRN para pesquisa e consulta também online. Conheça o nosso repositório: http://www.ihgrn.org.br/repositorio

Não deixem de acompanhar as nossas atividades nas redes sociais facebook e instagram, de participar dos nossos eventos, afinal, somos todos nós que fazemos a Casa da Memória que anda sentindo falta dos seus sócios curtindo, compartilhando, comentando e presente nas nossa programação cultural

Fiquem atentos!
E boa semana.